terça-feira, outubro 22, 2013

A lua ficou tão triste...

A lua ficou tão triste 
com aquela história de amor 
que até hoje a lua insiste: 
- Amanheça, por favor! 

Imaginado por Paulo Leminski

domingo, setembro 08, 2013

Chorando na Chuva

Eu nunca deixarei você ver
Como o meu coração partido está me machucando
Eu tenho meu orgulho e sei como esconder
Toda a minha tristeza e sofrimento
Eu vou chorar na chuva

Se eu esperar por céus tempestuosos,
Você não distinguirá a chuva das lágrimas nos meus olhos
Você nunca saberá que ainda te amo muito
Só restam mágoas
Eu vou chorar na chuva

Gotas de chuva caindo do céu
Jamais conseguiriam tirar o meu sofrimento
Desde que não estamos juntos
Rezo para que o tempo tempestuoso
Esconda estas lágrimas que espero que você nunca veja

Algum dia quando meu choro tiver acabado
Vou exibir um sorriso e caminhar ao sol
Talvez eu seja um tolo, mas até lá
Querida, você nunca me verá reclamar
Eu vou chorar na chuva

Desde que não estamos juntos
Rezo para que o tempo tempestuoso
Esconda estas lágrimas que espero que você nunca veja

Algum dia quando meu choro tiver acabado
Vou exibir um sorriso e caminhar ao sol
Talvez eu seja um tolo, mas até lá
Querida, você nunca me verá reclamar
Eu vou chorar na chuva

Imaginado por:  Carole King / Howard Greenfield (Crying in the Rain)

quarta-feira, agosto 28, 2013

Lamentos de um não ser

Correr de mim mesmo. Era tudo o que eu poderia fazer. Era tudo o que eu poderia tentar. A paisagem daquela manhã, tênue e depressiva, inspirava uma fortuita procura pela transcendência. Era um dia frio, algo incomum para uma zona intertropical, que costuma se marcar pela baixa umidade e pelo sol esturricado de agosto. O sol de agosto não estava mais lá, não com a mesma força dos anos anteriores. O vento forte, misturado ao frio intenso, fazia com que as brisas entrassem como uma faca afiada em minha pele, como se o dia, o tempo e as coisas não me quisessem ali.

O dia não era como os demais. Talvez aquele dia fosse único perante os demais dias do ano. E ele me inspirava a ser o mesmo, a ser o outro, a ser além. Ir para além de mim mesmo, além das minhas aflições, além da agonia que consome a minha essência e tortura a minha existência.

Mas eu falhava. E falhava com um vigor insuportável, como se minha vida dependesse do meu fracasso em tentar ultrapassá-la para além de suas razões, para além de seus limites. E ao falar de limites da vida, não falo dos limites da morte, porque essa definitivamente não me convém. A minha noção de limite é ilimitadamente grotesca, risível aos olhos dos cartógrafos e dispensável do invólucro da modernidade.

E no meu fracasso de tentar me desvencilhar de mim mesmo, de transcender para além do que sou para tentar ser mais além, é que percebi que a minha luta contra os meus limites são as minhas próprias limitações. É como a metáfora da linha do horizonte, quando mais eu buscava vencê-la, ultrapassá-la, mas ela se portava soberana sobre mim.

E aquilo me destruía.

Afinal, eu não posso dizer quem ou o que sou. Só posso concluir que não sou nada além da própria mediocridade de nada ser e de nada suportar.

segunda-feira, agosto 27, 2012

Se até mesmo eu demoro para perceber a minha presença, o que dizer dos outros.

terça-feira, maio 29, 2012

Compras

Olá, senhor.
Boa tarde, em que posso ajudá-lo?
Tem uma mochila aí? Preciso de uma que seja nova e que caiba muitas coisas.
Oh, tem essa aqui. Guarda amores, guarda vislumbres...
Guarda medos, traumas e terrores?
Não, essas aí estão em falta.
Hum... O senhor tem um estojo de canetas para escrever metáforas vivas?
Sim, sim. Está aqui.
Quanto fica?
Somando tudo dá 230 dobrões.
Nossa, só tenho 205.
205 é o valor só da mochila.
Então quero só a mochila então.
Certo, aqui está.
Ah! O senhor tem aí uma vida nova.
Ora, claro que não. Para que queres uma vida nova, a sua não lhe serve?
Não, já está muito gasta.
Oh! Certo, volte na semana que vem. Talvez tenha chegado algo novo.
Só poderei no próximo mês, quando tiver mais dobrões.
Tudo bem. Se chegar, reservo para você.
Ok, então. Fico agradecido. Até mais.
Até breve, volte sempre.


blog criado em 23 de Julho de 2009

Labels