Sugerido por Leandro Mayfair
Os gritos de dor se misturavam com o brilho das luzes da cidade que corriam diante do nosso carro parado a 200km/h. No porta-malas, o poeta gritava enquanto bebíamos incansavelmente todos os seus lamentos. Sua voz era ouvida mesmo com o barulho do motor, do rádio ligado e das nossas risadas latentes: ele tinha a voz dos céus, dos infernos e dos limbos.
Falava do desespero. Falava da dor. Clamava por deuses que não podiam salvá-lo. O desespero em busca de viver se confundia com o amargo vício da procura pela morte. E nesse paradoxo inebriante, nos embriagava enquanto seguíamos rodovia afora com o mártir amarrado e trancado no porta-malas.
Quanto maiores eram os gritos de horror, mais intensas eram as nossas risadas. Tínhamos brilho nos olhos e sangue nas veias... pela primeira vez tínhamos vida em nossas mentes.
Pela primeira vez aquele poeta tinha lágrimas em seus olhos. Pela primeira vez, sabíamos o que era viver. Pela primeira vez, sabíamos o que era morrer.
Se essa história acabaria, não sabemos. Histórias com finais felizes de nada valem, mas não temos a frieza de transformar o final em tragédia. Além disso, quanto mais o poeta se contorcia, quanto mais ouvíamos os seus gritos, mais não queríamos que aquilo acabasse. Histórias sem fim são mais... “legais”.
Senhoras e senhores, apresentamos a vocês o espetáculo alegria: o riso do horror, o clamor pela vida, a luta pela morte, a busca pelo descontrole, o fervor do desespero, a risada da dor, o choro do sorriso e elogio do inefável.
Nos vemos na próxima curva. Adeus.
Falava do desespero. Falava da dor. Clamava por deuses que não podiam salvá-lo. O desespero em busca de viver se confundia com o amargo vício da procura pela morte. E nesse paradoxo inebriante, nos embriagava enquanto seguíamos rodovia afora com o mártir amarrado e trancado no porta-malas.
Quanto maiores eram os gritos de horror, mais intensas eram as nossas risadas. Tínhamos brilho nos olhos e sangue nas veias... pela primeira vez tínhamos vida em nossas mentes.
Pela primeira vez aquele poeta tinha lágrimas em seus olhos. Pela primeira vez, sabíamos o que era viver. Pela primeira vez, sabíamos o que era morrer.
Se essa história acabaria, não sabemos. Histórias com finais felizes de nada valem, mas não temos a frieza de transformar o final em tragédia. Além disso, quanto mais o poeta se contorcia, quanto mais ouvíamos os seus gritos, mais não queríamos que aquilo acabasse. Histórias sem fim são mais... “legais”.
Senhoras e senhores, apresentamos a vocês o espetáculo alegria: o riso do horror, o clamor pela vida, a luta pela morte, a busca pelo descontrole, o fervor do desespero, a risada da dor, o choro do sorriso e elogio do inefável.
Nos vemos na próxima curva. Adeus.
4 imaginações a respeito:
Como sempre,você escrevendo super bem.Passa no meu blog depois e Kely. Saudades de ti :)
tqueenisdead.blogspot.com
Ual! Digo nada além do que sempre digo
incrível como sempre! Parabéns Beijoooo
Uau.
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Eis a caixa da vida. Quem aqui escreve algo, mostra que não está morto...