quarta-feira, abril 11, 2012

Paisagem Fenomênica

No quarto, apenas remédios
Uma roupa suja jogada ao chão
Três livros empilhados na estante
45 folhas de papéis rabiscados
espalhados por todo o canto.

No seio, uma vontade de potência.

No peito, um ritmo pausado e lento.

Na mente, frases de impacto em latim
Uma vontade louca de superar a si mesmo
Pela luz do esclarecimento
Pela ideia de conceber a si como um outro.

Na janela, olhares admirados
Nas admirações, repúdio e inferioridade
Na certeza, um litro de formol
Na dúvida hiperbólica, a certeza do não cogito.

Nas notas, Descartes, Kant, Fitche, Nietzsche...

No chão, lágrimas de redenção.
No céu, um limite a se colocar.
No sofrer, alegria.
No vontade, a emancipação.
No grito que enfim bradou, Sapere aude!

2 imaginações a respeito:

Roberta Costa disse...

Vc consegue se superar em cada texto,
fico deslumbrada de ver como seu crescimento é nítido aos olhos...

Maraíza disse...

Recordando-me o quanto meu amigo escreve bem!
Adorei!

Postar um comentário

Eis a caixa da vida. Quem aqui escreve algo, mostra que não está morto...


blog criado em 23 de Julho de 2009

Labels